terça-feira, 9 de junho de 2009

Quando Deus criou a Mãe

Mãe significa amor, ternura, entrega. Não há dúvida que Deus se esmerou ao criá-la.
Recordando o Dia da Mãe e em sem louvor apresento um conto de Erma Bombeck.


Um dia Deus decidiu criar …a Mãe.
Andava dando voltas ao projecto há mais de uma semana, quando um Anjo e lhe diz:
- Então esse modelito está a fazer-Te tempo, não?
E Ele:
_ É verdade. Mas já leste os requisitos de fabricação? Deve ser lavável e transparente, mas não de plástico; ter cem o oitenta peças móveis, todas recicláveis e, além disso, um coração de ouro; ter a cabeça no seu sítio e uns lábios capazes de dar um beijo que cure tudo…desde a ferida no joelho…até um fracasso amoroso …e, ainda seis pares de mãos…
-Seis pares?
- Sim, para as tarefas que a aguardam. Mas o mais difícil – disse Deus - não são as mãos, mas os três pares de olhos que a mãe deve ter.
- Tantos?
Deus concordou.
- Um par de olhos para ver detrás da porta fechada, quando pergunta: “ que estais a tramar aí dentro, filhos?” Outro atrás da cabeça para ver “ver” o que não pode ver, mas que uma mãe não deve ignorar. E outro par para dizer em silêncio ao filho que se meteu em maus caminhos: “ Compreendo-te, filho. Apesar de tudo continuo a gostar de ti”.
- Senhor, - disse o Anjo, pondo-lhe gentilmente um braço sobre os ombros – vamos descansar. Amanhã será outro dia…
- Não posso, respondeu o Senhor. Está quase acabada.
Fabriquei um modelo que se cura sozinha se cai doente, que sabe prepara a comida para seis pessoas só com meio quilo de carne picada e que é capaz de manter quieto no banho um rapaz de cinco anos.
O Anjo deu uma volta lenta ao redor do modelo de mãe, contemplando-a com curiosidade.
- Acho-a demasiado delicada, disse estalando a língua contra o céu-da-boca.
- Mas …será capaz de pensar?
- Estás a ofendê-la a ela e a Mim ao duvidar. Não só terá inteligência, como saberá fazer um uso estupendo da mesma a descobrir razões que acabam por te convencer.
Então o Anjo aproximou-se do modelo de mãe a passou um dedo pela face.
- Há uma avaria, uma fuga! Perde algo…
- Não há avaria nem fuga nenhuma, corrigiu o Senhor. Trata-se de uma lágrima.
- E isso para que serve?
- Serve para exprimir alegria, tristeza, saudade, dor, desengano… e até orgulho por um filho que tem êxito.
- Tu és um génio! – exclamou o Anjo.
Com um piscar de melancolia e de humor acrescentou Deus em voz baixa:
- Para ser sincero, não fui eu que inventei as lágrimas… Mas ficam bem.

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